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Filipe Toledo: reflexões e planos para a temporada 2025

Filipe Toledo, The Box, Margaret River, Austrália. Foto: WSL / Kelly Cestari
Filipe Toledo abre o jogo sobre suas expectativas para a temporada 2025. Foto: WSL / Kelly Cestari

Em uma coletiva de imprensa promovida pela World Surf League (WSL), o bicampeão mundial Filipe Toledo abriu o jogo sobre suas expectativas para a temporada 2025. Durante o evento, que contou com jornalistas de diferentes veículos brasileiros, Filipe abordou temas como sua evolução pessoal, o lado empresarial e o retorno ao circuito mundial após um ano sabático.

Perguntas e respostas

Se você pudesse escolher um presente para voltar com tudo esse ano, você gostaria de vencer em Pipe, que é a etapa tradicional do surf, ou na Gold Coast? E a outra, já emendando a pergunta, eu queria que você falasse um pouquinho desse seu lado empresário. Você é um dos sócios da Let’s Poke, também tem sua loja de surf lá em Ubatuba. Como surgiu esse interesse de entrar nesse mundo dos negócios?

Cara, bom, primeiro das etapas, Gold Coast eu já tenho o título, Pipe ainda não, então acho que poderia ser Pipe. E aí a completar o álbum um pouco mais. Mas em relação a esse lado do empreendedorismo, meu pai, apesar de pouco conhecimento na área, ele sempre foi um cara visionário nesse sentido, então ele sempre me ensinou isso. Apartamento, terra, terreno, enfim, eu fiz isso no momento que eu consegui ganhar bastante dinheiro assim, logo quando eu cheguei no circuito mundial, então consegui fazer o meu pé de meia no Brasil, entendeu? E aí depois dos empreendimentos nos imóveis, a gente começou a partir mais para um lado do business assim. Então surgiu a parceria com a Let’s Poke, que hoje em dia no Brasil é uma das maiores redes de comida havaiana que tem. Eu estou abrindo a primeira filial agora em São José dos Campos, então em breve, aí em fevereiro já vai estar rodando a primeira loja, que a gente fez do final do ano para cá, que vai ser muito legal. Tenho a minha porcentagem na Pasokin também, que é uma marca de peanut butter, de pasta de amendoim nos Estados Unidos, mas a gente é focado na paçoca. E agora com a Sharp Eye também, que é o meu patrocinador de pranchas, então a gente oficializou ainda mais a nossa parceria. Também sócio da LZ Crypto e The Boards Club, uma plataforma online inovadora que está sendo lançada agora. E, cara, são coisas que de alguma forma vão me manter no surf o dia em que eu parar, né? Eu tô nesse meio, então acho que o foco é esse, né, um dia não depender do surf, mas ainda estar envolvido na indústria aí, de alguma forma, poder tirar o meu tempo pra surfar e viver do meu lifestyle aí, que é esse.

Boa, mas não vai parar de surfar agora não, né?

Não, não, não, temos os campeonatos mundiais ainda, temos olímpiadas, tem muita coisa pra acontecer.

Voltando, né, ao ano parado sem competições, eu queria saber de você quais as maiores lições que você tirou do ano passado e que você traz pra essa temporada 2025.

Olha, é saber me respeitar, saber respeitar os meus pensamentos, saber respeitar os meus limites… Eu acho que eu aprendi a ouvir muito mais do que falar em 2024. Foi um ano que eu trabalhei muito fora do surf, na minha vida pessoal, na minha vida como empreendedor também, foi muito trabalho, foi desgastante. Eu falei, caraca, eu saí pra descansar e aqui tô trabalhando, eu igual a um doido, devia ter ficado no circuito, mas enfim, é um outro lado que a gente tem que ter um tempo pra poder organizar também, então eu aprendi muita coisa fora do surf também, que foi bom pra mim, mas é isso, aquela coisa, o nosso lado competidor tá sempre aqui, o sangue corre, a competição aqui na veia, e chegou um momento que começou a dar saudade do circuito aí, então acho que foi o tempo necessário e a quantidade perfeita aí pra poder voltar agora pro circuito também.

Filipe Toledo, Pipe Pro, Pipeline, Havaí, Hawaii, North Shore de Oahu, WSL, World Surf League, Circuito Mundial de Surf. Foto: WSL / Tony Heff
Pipeline será palco do retorno de Filipe ao Tour da WSL. Foto: WSL / Tony Heff

Você já respondeu bastante coisas acho que aí sobre seu período sabático então falando um pouquinho sobre a volta, você falou aí sobre as ondas da Gold Coast né, sobre a onda de J-Bay também, que são duas direitas que não só você já foi campeão nas duas, mas você inovou bastante nelas, né? Ondas que eram surfadas de maneira clássicas aí tradicionalmente. Uma coisa que a gente admira muito em você é que além de ser um exímio aérealista, de dominar as manobras progressivas, você tem evoluído cada vez mais no surf de linha, nos carvings, no bottom turns, nas transições, etc, mas você também trouxe pra J-Bay e pra Gold Coast a inovação de manobras onde tradicionalmente não surfava-se dessa maneira. Conquistou 10 em J-Bay dessa maneira, então eu queria que você contasse pra gente como também tá a sua parte física, os treinos, de que maneira você pretende fazer essa abordagem entre progressivo e clássico, o surfe de borda, vamos chamar assim, nesse ano, e como que você recebeu também a notícia do Finals em Fiji, uma vez até que você já foi vice-campeão em G-Land, que é uma onda semelhante de alguma maneira ali com Fiji, né? Então, se você pudesse contar um pouquinho assim dessa parte técnica aí, a gente fica bem feliz de saber.

Cara, como você falou, acho que J-Bay e Gold são duas ondas que encaixam realmente muito no meu surf, e aquela coisa, sempre, né, meu pai sempre trouxe isso pra mim também, e isso ficou muito marcado pra mim, eu ia lá e me divertir. E eu me divertir fazia eu arriscar mais, e sem o peso na consciência de errar, então eu trouxe muito essa coisa do risco, do surf high performance e tal, então era o momento assim de eu poder entregar o meu melhor lá, e era o meu diferencial. O que que vai me diferenciar do Mick Fanning, que pô, surfa aqui nessa onda como ninguém? Um Kelly, que surfa J-Bay como ninguém, o Mick, o Joel (Parkinson)… O que que eu vou fazer pra mudar desses caras? Então foi o risco, foi a velocidade… Eu sempre fui menorzinho que os caras, sempre tem os caras muito mais fortes que eu aqui, e usava esse meu surf progressivo para ser o diferencial, até que um ponto eu consegui colocar força, ganhar mais corpo, e aí trazer o meu surf de borda também para essas etapas, que foi o que o John John fez com Margaret River, por exemplo. Ele mudou a forma de surfar Margaret. Eu acho que isso é o que é legal também, a partir do momento que você vira referência em elevar o nível de surf e a sua performance em certos eventos. A gente vê o Gabriel no Tahiti, pode ser um cara que também elevou isso, então é legal ter isso como exemplo, como referência, e a meta é sempre fazer isso em todos os outros eventos. Então a gente volta com essa sede de continuar fazendo história.

E sobre Fiji ser parecido com G-Land também?


Fiji, desde quando eu me classifiquei, nos primeiros anos lá teve algumas etapas. A gente foi. Tive bons resultados, tive maus resultados, daí a gente foi para G-Land no meio desses anos aí de vai e volta de Fiji, que é uma onda bem parecida, principalmente quando fica até um pouco maior. Eu acho que vai trazer uma coisa assim para o circuito de terminar lá, então acho legal, eu gosto de surfar de backside também, acho que vai ser maneiro e a meta é estar lá no final do ano incomodando a galera, seja Fiji, Trestles, Teahupoo, qualquer lugar, então negócio é incomodar a galera.

Cara, eu queria saber de você, que vai ser um ano diferente, sem o John John e o Medina, então eu queria saber quem você considera seus maiores rivais aí nessa sua busca pelo tricampeonato mundial.

Eu sempre falei que, obviamente, existem alguns nomes que se destacam um pouco mais, mas eu acho que o circuito todo é muito difícil. Todo mundo tem o seu ponto forte ali, o seu diferencial. Pra estar no circuito, tem que ter isso, né? Então, acho que todo mundo está apto a concorrer a um título mundial, a brigar por um título mundial. Obviamente que Gabriel e o John John, nos últimos dez anos, são nomes que se destacam muito mais, mas eu acho que isso não muda o fato de que a gente tem que estar sempre atento ali, porque tem nomes fortes, uma garotada nova, com tantas mudanças aí agora, a galera toda se machucando, sai um, entra o outro, enfim, mudou bastante, então tem alguns nomes que… Eu conheço todo mundo, mas tem alguns nomes que muita gente ainda não ouviu falar e conhece bem pouco, então eu acho que junto com essas mudanças dos locais, as etapas e tal, esses nomes, dá uma renovada no circuito, então é sempre bem legal. Então acho que essa galera que já se destaca – Jack (Robinson), Griffin (Colapinto), enfim…. acho que o Yago (Dora) é um grande nome pra esse ano também, então tem uma galera muito boa que vai dar um trabalho bom aí, vai ser divertido.

Filipe Toledo, Jeffreys Bay, África do Sul, WSL, World Surf League. Foto: WSL
J-Bay é uma das ondas favoritas do bicampeão mundial. Foto: WSL

Aproveitando ainda um pouquinho essa questão da sua pausa, você falou naquela época sobre família, um pouquinho mais tempo e tudo mais, e até agora você brincou que sentado no sofá não sentiu tanta falta, mas queria ver com você assim, como é que foi a preparação não só sua, mas da sua família, de quem esteve ao seu redor nesse período para esse retorno da rotina do circuito, se teve alguma conversa, como é que foi assim, não só para você, acho que essa volta também impacta um pouco também a sua família… Então… depois desse período, como é que foi essa conversa e esse retorno também para eles?

Cara, assim… desde quando a gente decidiu ter essa pausa esse ano, o nosso plano sempre foi voltar em 2025, entendeu? Então todo mundo já estava de sobreaviso, todo mundo já estava sabendo, né, então não foi algo muito “uau”, assim, tão impactante, porque já estava todo mundo meio que sabendo. Claro que, pelo lado da saudade, passar um ano inteiro em casa, criar mais conexão ainda com os meus filhos, com a minha esposa, com os meus pais. Na hora de ir, machuca mesmo, fica mais difícil, por a gente ter acostumado a ficar em casa. Mas, é isso, a gente, como eu falei, a gente já estava preparado, eu já estava preparado, eu sabia o momento certo de virar a chavinha e começar a voltar para o modo circuito mundial, e foi o que aconteceu. Então, agora a gente está aqui, já começou, o que a gente viveu, a gente guarda as memórias boas e vamos que vamos agora, usar elas como combustível.

Você teve esse ano de pausa e você escolheu fazer a pausa logo depois de ter ganhado um bicampeonato seguido. Queria saber se tem alguma coisa relacionada, se você pensou, bom, agora já ganhei, posso dar uma relaxada? Ou se foi só uma coincidência no tempo que aconteceu na sua cabeça? E como é que você se preparou para voltar para esse ano, como é que está seu mental agora?

Bom, obviamente a decisão que a gente tomou foi planejada, foi pensada, eu acho que é muito delicado a gente tomar alguma decisão assim em cima da hora do jeito que foi, sem ter um planejamento, então eu falei com o meu manager, falei com os meus patrocinadores, conversei com a WSL e obviamente depois de dois campeonatos, dois anos intensos, buscando o título e conseguindo, eu vi que era a hora perfeita, assim, para eu poder descansar. Então, apesar de ter sido em cima da hora, foi algo planejado. E foi um ano bom que eu aproveitei bastante em casa, né? Aproveitei pra ser um ser humano normal, não ser um atleta profissional. Então em 2024 eu fui um pai, eu fui um filho, né? Como qualquer outro no mundo. O que tirou esses meus pensamentos, esse peso assim pra competição. E era exatamente o que eu precisava. Então o meu preparo foi agora no final do ano, voltando devagarzinho, fazendo meus treinos, surfando, né? E sinto que tô preparado aí pra começar mais uma temporada.

Filipe Toledo visita a nova piscina de ondas Surf Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Foto: Divulgação
Filipe Toledo no Surf Abu Dhabi, uma das novidades no Tour de 2025. Foto: Divulgação

Pegando o gancho, né? Sobre esse teu ano parado. Eu queria saber do que você sentiu mais falta no circuito, e analisando toda essa nova temporada com as novas etapas, qual é a que tem mais te empolga para retornar?

Cara, sendo bem sincero assim, eu sentado no sofá da minha casa não tive saudade nenhuma do circuito. Eu queria mesmo era descansar, eu queria aproveitar esse momento que eu podia descansar, mas não vou mentir que olhando alguns eventos assim a gente “fala, pô, eu queria estar lá hoje e tem altas ondinhas e tal”, foi legal, né, porque está no nosso sangue de competidor, mas sendo bem sincero, fiquei em casa bem relaxado.

E no caso, existe alguma etapa que você esteja mais empolgado em competir nesse ano?

Ah, eu acho que está todo mundo bem animado para a Gold Coast, que está de volta no circuito, J-Bay também está de volta no circuito, ano passado não teve, então acho que essas pequenas mudanças de datas trouxeram uma dinâmica a mais para o Tour, então traz um frescor assim, pra quem, no nosso caso, que já tá há alguns anos aí no circuito, dá uma mudadinha assim, é sempre bom. Então acho que a Gold Coast no momento é que eu tô mais animado, mas o circuito inteiro acho que vai ser bem legal esse ano.

Então, eu queria trazer a questão rede social e o efeito nocivo que ela pode ter na prática do que está acontecendo na vida real. Acho que principalmente para figuras públicas, obviamente, e para quem está competindo em alto nível, tem esse terreno perigoso aí que a gente, que precisa lidar no dia a dia, e agora com essa expansão, óbvio, de um público acompanhando o surf, que tem aí esses ataques pessoais, né, que vão para um lado completamente, na maior parte das vezes, e também infundados, assim. Eu queria saber qual é a tua relação hoje com as redes sociais, que eu acho que tem todo um processo, e como é que você está vendo isso e como você está pretendendo lidar com isso, sabe? Porque eu acho que é um…

Assim, eu, na minha visão, eu acho que está ficando todo mundo doido atrás desse telefone, cada um faz o que quer, fala o que quer, todo mundo perdendo o controle. Essa é a realidade, tá ficando todo mundo muito biruta por conta dessas redes sociais, mas o nosso trabalho a gente depende muito dela, né, é um veículo hoje que traz a maior visibilidade para gente, para os nossos patrocinadores, os nossos contratos, tudo que a gente tem que fazer, e então é isso, eu uso ela como a minha ferramenta de trabalho, né, faço o que eu tenho que fazer, as minhas publicações, os posts lá, tem um todo um time por trás que me ajuda, audiovisual, parte do marketing, parte de social media manager também, então eu deixo a galera cuidar da parte burocrática e eu uso a parte da diversão ali da internet, que é ficar vendo meus memes lá e dando risada. E afinal cada um dá o que tem. Se eles têm isso para entregar para a gente na internet, é uma pena, porque o tanto de coisa boa que a gente pode compartilhar aí nessas redes sociais é muito legal, então cada um dá o que tem. Eu vou usar o meu tempo aí para agregar e colocar coisas boas e, enfim, cada um dá o que tem.

Filipe Toledo, Bells Beach, Rip Curl Pro, Austrália, WSL, Circuito Mundial. Foto: WSL
Filipe está preparado para lutar pelo tri depois do ano sabático. Foto: WSL

Filipe, você falou um pouco mais cedo sobre essas questões de mudança de calendário e tudo mais. Como que essa mudança de calendário, e principalmente com Teahupoo e Fiji ali nas duas últimas etapas, tem influenciado a sua preparação e a sua estratégia para esse ano?

Cara, assim, Teahupoo sempre estava no circuito, sempre foi a última etapa antes do Finals, então acaba sendo que voltou ao normal. Uma grande mudança, um grande boom, acho que foi o Finals em Fiji. O que eu espero é que a gente consiga pegar uma condição de onda boa. Eu sei que no final da temporada, setembro, não é a melhor opção, mas pode acontecer de a gente pegar um Fiji muito bom também. E tomara que seja isso que aconteça para a gente finalizar o ano com chave de ouro. E eu falei isso também, acho que numa pergunta um pouco mais cedo, que traz um frescor assim para o circuito, né? A gente estava muito na mesmice durante muito tempo e agora a gente traz essa mudança aí com volta de Gold Coast, volta de J-Bay, muda um pouco as datas dos eventos, tem Abu Dhabi, Finals em Fiji, então acho que vai ser legal, vai ser bem dinâmico, vai trazer um pouco mais de sagacidade para a galera esse ano aí, se instigar a se dedicar um pouco mais e fazer o tour aí um pouco mais divertido também.

Eu queria saber qual o seu objetivo para 2025, pensando ali no seu potencial dentro da água, mas também relembrando talvez um pouco de falta de ritmo, da falta de participação no ano passado, como é que você entende toda essa questão?

Cara, minha prioridade esse ano é me divertir bastante, é curtir, é pegar a onda, passar bateria, ganhar campeonatos se tudo der certo. Se acontecer de eu estar no Finals, show de bola, mas esse ano eu quero me divertir, quero curtir bastante, aproveitar o circuito. Como você falou, pegar esse ritmo de competição, e é isso, óbvio que nos nossos planos a gente sempre tem o título mundial como objetivo. Mas esse ano, como eu falei, meu objetivo é ser feliz, é aproveitar, então eu quero aproveitar esse ano, quero passar esse corte aí, pegar altas ondas, fazer boas baterias, fazer o que eu fazia logo quando eu entrei no circuito. Obviamente eu queria ser um campeão mundial, mas eu via que eu me divertia muito mais, então a meta é essa, a meta esse ano é se divertir.

Filipe, eu queria saber qual foi a importância dessa pausa na sua carreira e se você se sente mais preparado para conquistar o próximo título, já que se você conquistar você vai igualar o Medina, então eu gostaria de saber de você, qual a importância disso e qual a diferença do seu eu, vamos dizer assim, antes e depois dessa pausa?

Bom, acho que, como eu falei, acho que numa pergunta anterior também, foi um ano bom para eu poder cuidar de mim, cuidar do meu corpo, cuidar da minha cabeça, do meu psicológico. Eu, como eu falei, aprendi muito fora do surf, nessa parte de ser um empreendedor e começar a crescer nessa área. Aprendi muita coisa como pai. Então, em muitas outras áreas da minha vida que eu não consegui dar muita atenção, esse foi o ano que eu consegui fazer isso tudo. E foi bem legal tirar a total atenção do surfe profissional, de competição, de cobranças o tempo todo, foi essencial para mim. Então, foi muito importante para eu poder me recuperar, estar bem preparado. E eu acho legal essa questão que você tocou de igualar o Gabriel. Alguns dias atrás, alguém me perguntou sobre isso. E a minha meta não é me igualar a John John, a Gabriel, a Mick Fanning. A minha meta é ganhar título mundial e ganhar título mundial. Então não interessa se vai ser dois, se vai ser cinco, se vai ser dez até o final da minha carreira. Mas o que eu sempre coloquei como meta era entregar o meu melhor e deixar um legado. Então acho que não adianta muita coisa eu me igualar certas pessoas e não deixar um legado. Então acho muito legal um campeão que o Mick Fanning é, um campeão que o John John é, um campeão que o Gabriel é. Então. Então, assim, são exemplos a serem seguidos, e é isso que eu quero para mim, para a próxima geração. Quero que eles possam olhar para mim, independente de número de títulos, mas com o olhar de ser um exemplo a ser seguido. Então, é isso que eu tenho buscado nesses últimos anos e tentado devolver para o surf tudo o que eu ganhei.