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O Circuito Mundial de Surf, organizado pela World Surf League (WSL), testemunhou a ascensão de diversos talentos ao longo dos anos, mas poucos demonstraram o domínio e a consistência nas ondas do Rio de Janeiro, como Filipe Toledo. Com um desempenho notável, Toledo se consolidou como um dos maiores surfistas da sua geração, acumulando várias vitórias em território brasileiro.

Natural de Ubatuba, São Paulo, Filipe é conhecido por seu estilo agressivo e manobras aéreas impressionantes. No Rio de Janeiro, ele elevou seu desempenho a níveis excepcionais, conquistando múltiplas vitórias que marcaram sua carreira.

A primeira vitória de Toledo no Rio veio em 2015, quando o evento ainda era realizado na Barra da Tijuca. Filipe mostrou desde o início que estava em grande forma, exibindo manobras espetaculares e um surf progressivo que deixou a concorrência para trás. Na final, ele enfrentou o australiano Bede Durbidge e garantiu a vitória com uma combinação de aéreos e manobras de borda que impressionaram os juízes e a plateia.

Em 2017, o cenário mudou para Saquarema, uma das mais icônicas e desafiadoras ondas do litoral brasileiro. No ano seguinte, Toledo mais uma vez brilhou, demonstrando sua adaptabilidade e destreza. Na final, ele derrotou o australiano Wade Carmichael, consolidando sua posição como um dos principais competidores do circuito. Sua performance incluiu uma série de aéreos e tubos profundos, destacando sua capacidade de dominar qualquer condição de onda.

No ano seguinte, em 2019, Toledo voltou a vencer em Saquarema. Desta vez, ele superou Jordy Smith, da África do Sul, em uma final emocionante. A combinação de potência e precisão de Toledo foi crucial para garantir essa vitória, que mais uma vez comprovou sua superioridade nas ondas brasileiras.

A pandemia de COVID-19 interrompeu o circuito em 2020 e a etapa brasileira só retornou em 2022. Filipe Toledo retornou com força total. Em uma terça-feira com boas ondas e praia lotada em Itaúna, Filipe já abriu a decisão com Samuel Pupo com nota 10 em um aéreo na primeira onda. A vitória valeu ainda o “Troféu Mano Ziul”, por ter batido os recordes de pontos das duas notas computadas.

Até então, Filipe só havia perdido uma bateria desde que a etapa brasileira mudou para Saquarema em 2017 e tinha vencido as duas últimas edições, em 2018 e 2019. Ele já havia sido campeão do primeiro Oi Rio Pro da história, em 2015 no Postinho da Barra da Tijuca, também com um aéreo nota 10 na grande final. 

Filipe Toledo igualou um recorde histórico de Dave Macaulay, único que conseguiu quatro vitórias em etapas válidas pelo título mundial no Brasil. As do australiano foram em 1986 em Florianópolis (SC) e em 1988, 1989 e 1993, na Barra da Tijuca (RJ). Mas, Filipinho foi o primeiro a conquistar um tricampeonato consecutivo, em 2018, 2019 e 2022, completando quatro títulos nas seis edições da história do Oi Rio Pro, iniciada em 2015 com sua primeira vitória.

Em 2023, quando todos esperavam mais uma grande campanha de Filipe em Saquarema, o atleta foi eliminado logo cedo, no round 3, pelo compatriota Jadson André. Foi um confronto em condições bem difíceis e Filipe saiu da água com uma lesão no joelho depois de tentar a virada na última onda.

Notas 10

Além das quatro vitórias (uma na Barra e três em Saquarema), Filipe Toledo coleciona cinco notas 10 na etapa brasileira do Tour. A primeira delas foi em 2013, no Postinho. Em 2015, também no pico da Barra da Tijuca, Filipe obteve mais duas notas máximas na mesma etapa. E em Saquarema, recebeu duas notas 10: uma na praia da Barrinha, em 2018, e outra em Itaúna, em 2022.

Este ano, o “Rei do Rio” não estará presente na etapa porque pediu licença do Tour para cuidar da saúde mental e se preparar para as Olimpíadas de Paris, mas Filipe ficará na torcida para que o Brasil mantenha a soberania nas ondas de Saquarema.